quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ciclo de Vida na Psicologia Escolar

Um psicólogo escolar não deve ser um especialista em desenvolvimento infantil. Deve estar preparado no ciclo de vida completo, posto que irá trabalhar e tratar com pessoas de todas as idades, inclusive com os humanos ainda não nascidos. Temos em nossas mãos mulheres grávidas – mães de alunos e professoras. Quem trabalha em escola sabe que sempre há alguém gestante entre as colegas.

Cuidamos dos irmãos de nossos alunos, que podem ser mais jovens, mais velhos que eles e da mesma idade – gêmeos ou irmãos de mães diferentes. Lidamos com irmãos que criam os nossos clientes e têm pouca idade, mas já bastante responsáveis por si mesmos e pelos pequenos. Devemos ter em conta que alguns pais e mães são ainda adolescentes, principalmente nos dias atuais em que se demora tanto nesta fase da vida.

Na etapa madura deveriam estar todas as pessoas em idade produtiva, segundo o IBGE. Não sei se todos concordam comigo, mas a maturidade chega para poucos. De qualquer forma, creio e assim ajo, devemos tratar como adultos aqueles que têm a dita idade conforme nosso instituto geográfico. Digo isso, porque o fato de serem tratados como adultos e responsáveis por outros seres humanos promove uma nova visão de si mesmos e do mundo. Este novo lugar possibilita uma ação diferenciada, mais coerente e mais madura, mais engajada com o desejável em relação aos nossos pequenos clientes.

Também trabalhamos com idosos. Estes nos chegam como avós e avôs que interferem na educação de seus netos ou que os criam plenamente. Os profissionais da escola têm uma visão preconcebida da educação de pais e de avós. Acreditamos que os avós já estão cansados e não têm a mesma energia dos jovens para oferecer limites ou mostrar o mundo às crianças. É claro que muitas vezes nos surpreendemos com alguns casos e, talvez estes sejam a demonstração de que a nossa teoria está errada. Devo assumir que mesmo surpresa às vezes, prossigo com minha crença compartilhada de que na terceira idade os interesses são outros e não abarcam a paciência de repetir a mesma lição até que esta seja absorvida ou finalmente modificada.

Temos oportunidade de trabalhar também com grupos – laborais e familiares – e devemos estar preparadas para observar, intervir, orientar e produzir conhecimento a respeito deles. Precisamos saber as etapas pelas quais passa um casamento e quais os efeitos de um novo ente na relação de um casal. Além disso, que efeito uma criança opera dependendo do tempo e do tipo de relacionamento têm os pais e se a gravidez é esperada, desejada, surpresa ou acidental.

Podemos desenvolver todos estes conhecimentos na nossa prática, mas convém usarmos o arcabouço teórico da nossa ciência para melhorarmos nossos atendimentos. Não saímos da faculdade prontos para atuar. Saímos com um mapa de onde poderemos encontrar as respostas para nossas perguntas. Como sempre digo: não podemos deixar de nos assombrar com o fenômeno humano. Devemos prosseguir buscando fontes e sendo fontes de conhecimento para aumentarmos a compreensão do nosso objeto de estudo. Além disso, o nosso melhor serviço depende da possibilidade que temos de nos oferecer a ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua mensagem ajudará a melhorar este sítio e nosso desempenho profissional.
Grata por comentar!